Trabalhar no projeto gráfico do livro Posso Tornar-me Negra? Pantera Negra? foi uma experiência profundamente enriquecedora e inspiradora. Desde os primeiros contatos com o conteúdo, ficou claro que esta obra carrega uma força rara — uma combinação de identidade, cura, resistência e beleza que exige sensibilidade em cada detalhe visual.

Ao mergulhar na narrativa, percebi que não se tratava apenas de diagramar páginas ou criar uma capa; era sobre traduzir, em linguagem gráfica, a jornada de pertencimento e afirmação de uma mulher negra que se reconhece como protagonista de sua própria história. A imagem da mulher ao lado da pantera não é apenas estética — ela simboliza coragem, ancestralidade e a potência escondida em cada leitor que tocar este livro.

A construção visual da obra se tornou, para mim, uma extensão dessa mensagem. Cada escolha de tipografia, contraste, espaço, textura e composição buscou honrar a voz da autora e amplificar a essência do texto. Trabalhar com a foto, a biografia e os elementos simbólicos foi como costurar identidade, memória e emoção.

Foi uma honra participar deste projeto. Projetar este livro não foi apenas um trabalho; foi um encontro com uma história poderosa, que transforma e provoca reflexão. Ver essa obra ganhar forma gráfica me trouxe a sensação de contribuir, ainda que de maneira discreta, com uma mensagem que merece ser vista, sentida e reconhecida.

Este projeto ficará marcado como um dos mais significativos da minha trajetória — um lembrete de que o design também é ferramenta de luta, beleza e representatividade.